Já tendo registrado alta em setembro de 2019, quando o percentual daqueles que acreditavam em melhoria no cenário econômico havia subido de 56% para 59%, em dezembro o indicador alcançou o nível mais alto na série histórica dos últimos oito anos, atingindo 72%.
A sondagem, realizada trimestralmente, ouviu uma amostra de quase três mil empresários em todo o País. Destes, quase 600 são da região Nordeste. O levantamento mediu as expectativas dos donos de pequenos negócios com relação à economia, aos seus próprios negócios, à realização de investimentos e perspectivas de contratação de novos empregados nos próximos 12 meses.
Com relação ao futuro do próprio negócio, o índice de confiança dos donos de micro e pequenas empresas registrado é alto, vindo numa crescente de 68% (set./19), para 77% em dezembro. O otimismo é mais forte entre os donos de empresas de pequeno porte (EPP) que atuam na construção civil, nas regiões sudeste e nordeste.
Investimentos e contratações
As intenções de realização de investimentos também se elevaram entre os donos de pequenos negócios. Enquanto em setembro de 2019, 58% dos entrevistados na sondagem sinalizava novos investimentos, em dezembro o número cresceu para 66%, motivado pela recuperação do nível de confiança nos rumos da economia.
Esses dados se refletem nos indicadores de novas contrações. Cresceu, segundo a Sondagem, o percentual dos empresários de pequenos negócios que pretendem contratar novos empregados. Em setembro de 2019, 35% dos entrevistados tinha intenções de fazer novas contratações, índice que se elevou em dezembro atingindo 41% dos entrevistados.
A Sondagem Conjuntural também mostra que 62% dos empreendedores entrevistados estão na expectativa de aumentar seu faturamento e 93% dos que estão otimistas acreditam que o crescimento dos negócios se dará como resultado de iniciativas do governo atual.
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“Os pequenos negócios têm sido a grande mola propulsora da economia brasileira nas últimas décadas, liderando as estatísticas de geração de empregos e investimentos. Confiantes no futuro do país e em seus próprios empreendimentos, os pequenos negócios ainda necessitam de suporte e de um ambiente mais favorável para que possam crescer e se desenvolver de forma sustentável. E o Sebrae tem atuado intensivamente no sentido de prover esse ambiente e de soluções de apoio aos pequenos negócios, trabalhando para que se fortaleçam e continuem a contribuir com o Brasil”, analisa o superintendente do Sebrae, Albertino Leal de Barros Filho.
Somente no ano passado, foram quase 700 mil vagas criadas pelas micro e pequenas empresas, o que representa cerca de 90% do total de postos de trabalho com carteira assinada criados no Brasil, superando o ano de 2018.
Construção Civil lidera expectativas positivas
Com as expectativas de queda de juros para financiamentos imobiliários, o setor da Construção Civil já vive na prática a tendência de aquecimento. Essa perspectiva se reflete nas intenções de contratação. A sondagem do Sebrae revela que entre os empresários de micro e pequenas empresas do setor, 43% mostrou forte disposição para contratações nos próximos 12 meses.
O percentual supera em 10 pontos percentuais o da Indústria, que teve uma queda de 38% para 35% nas intenções de contratação. Já o Comércio registrou 33%, praticamente o mesmo índice da sondagem anterior, o mesmo acontecendo com o setor de Serviços (32%).
Para o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no Maranhão, o construtor Celso Gonçalo, a elevação das expectativas está relacionada ao ambiente geral da economia brasileira. Segundo ele, no Maranhão, o crescimento ainda é modesto, mas já há indicadores de retomada da construção civil, com novos investimentos sendo feitos. Fatores como segurança jurídica e ampliação da oferta de crédito aquecendo os financiamentos também contribuem para o bom momento, conforme o presidente do Sindicato da Construção Civil – Sinduscon/MA, Fabio Nahuz.
Impactos Regionais
Segundo dados da Sondagem realizada pelo Sebrae, o otimismo com a economia do país está mais presente entre os empresários da região Norte, onde 63% responderam que a perspectiva é de melhorias nos próximos 12 meses.
Entre as principais dificuldades apresentadas pelos empresários está a de contratação de mão de obra qualificada, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Esse fator continua sendo um gargalo a limitar o bom desempenho dos pequenos negócios, tendo maior impacto tem sido registrado na Indústria e no setor de Serviços.
Para o economista Felipe de Holanda, os sinais de recuperação econômica, embora lenta, já são claros, em um processo que tende a se aprofundar com a continuidade do programa de reformas estruturantes – as reformas Tributária e Administrativa, que já tramitam no Congresso.
“Embora ainda não no ritmo esperado, já podemos ver um cenário com tendência de recuperação, o que certamente vai se refletir na retomada dos investimentos por parte das empresas, que, somados aos investimentos públicos, tendem a alavancar as expectativas de crescimento do PIB em 2020”, explica Holanda.
Sobre a contratação de mão de obra qualificada, a sondagem revela que, em dezembro de 2019, 79% dos entrevistados apontaram dificuldades nas contratações de pessoal qualificado. Para suprir essa demanda, os donos de pequenos negócios optam por contratar pessoas inexperientes e as capacitam no próprio estabelecimento, o que comprova que as micro e pequenas empresas têm sido responsáveis não apenas pela geração de postos de trabalho, mas também por boa parte das iniciativas de formação de mão de obra no Brasil.
Os pequenos negócios são, também, os maiores formadores de mão de obra do país, já que eles têm sustentado a geração de empregos e representam mais de 99% de todos os empreendimentos nacionais. “Esse aspecto apontado pela Sondagem confirma a força dos pequenos negócios e a importância deles para a economia como um todo. Ao gerar essas iniciativas, eles instauram um círculo virtuoso de soluções para o próprio crescimento dos negócios e de inovações que terminam por se multiplicar com efeitos muito positivos”, comenta o gerente da Unidade Regional do Sebrae em São Luís, economista Mauro Formiga.
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